Tudo que você precisa saber sobre blindagem de veículos

Carros luxuosos chamam a atenção de bandidos. Mas não são apenas esses que ganham blindagem, não. Donos de outros automóveis, mais simples, também têm procurado o serviço para garantir sua segurança, apesar de ainda ser uma equipagem cara.

Se você se sentiria muito mais seguro dirigindo um veículo à prova de balas, veja tudo o que você precisa saber sobre a blindagem de automóveis. Para nos ajudar nessa tarefa, Rogério Garrubbo, diretor da Concept Blindagens, esclarece dúvidas sobre preço, documentação, segurança e tudo que envolve esse equipamento de segurança.

Como escolher a empresa

Prefira as indicadas por quem já fez o serviço e procure saber se a empresa está apta para fazer o trabalho, no Exército e na Polícia Civil, que é quem dá a certificação de qualidade, ou no Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), que também faz esse controle.

Depois disso, informe-se sobre o material utilizado e se a empresa regularizará a documentação do seu carro. “Depois de selecionar as melhores opções, faça uma visita à oficina e converse com o engenheiro responsável, para tirar todas as suas dúvidas. Depois de escolhida, pergunte qual o prazo de entrega (que varia entre 20 a 35 dias) e visite a oficina na metade desse tempo. No final do processo, volte a examinar o carro”, orienta Rogério.

Comprar blindado ou mandar blindar?

Sai mais barato comprar um carro usado blindado do que comprar um novo e mandar blindar. E é possível comprar um bom modelo que não seja zero quilômetro. O preço cai bastante, mas procure se informar onde foi feita a blindagem, para saber se é confiável. Além disso, serviços realizados há mais de cinco anos pesam 50% a mais do que os atuais, pois a tecnologia evoluiu.

Que carro escolher?

É inevitável que o carro fique mais pesado. Por isso, não é bom blindar carros 1.0 ou pouco potentes. O aconselhável é fazer o serviço em carros que possuam acima de 90 cavalos de potência. “Uma blindagem pesa, em média, 200 kg. As blindagens mais leves aplicadas a sedãs médios pesam em torno de 170 kg”. Segundo Garrubbo, o menor veículo que pode ser blindado é uma picape pequena, como a Fiat Strada (que acrescentará ao seu peso cerca de 110 kg).

E quanto custa?

A blindagem de primeira linha em um carro médio custa R$ 56 mil. “Se a blindadora cobrar menos de R$ 48 mil, desconfie. A proteção ou a documentação podem não ser confiáveis”, diz o especialista. Ele explica que existem vários níveis de blindagem.

O mais utilizado é o III-A, que suporta, em geral, todos os disparos efetuados por armas de mão – dificilmente será necessário mais do que isso para se prevenir da violência urbana. Há outros níveis menores, mas não compensa. O nível II, por exemplo, oferece uma segurança satisfatória, mas a diferença de preço é de apenas 3% e o veículo perde valor de mercado, além de ser arriscado, em caso de ataque intensivo.

Faça uma revisão prévia

A blindadora faz uma revisão extremamente detalhada antes de iniciar o processo. “Isso ocorre porque, se o carro tiver algum problema – seja ele zero ou não –, a culpa, provavelmente, será atribuída à blindagem”, explica o diretor. Por isso, a empresa examina o automóvel detalhadamente, antes de tudo.

Sirene e cinta de roda

A maioria dos carros blindados já possuem a sirene e a cinta de roda. A sirene é para chamar a atenção, caso esteja acontecendo alguma coisa, como uma perseguição. As cintas de roda fazem com que o motorista possa dirigir algum tempo, mesmo com os pneus furados. “Com grandes limitações, é possível continuar trafegando com um veículo com um ou mais pneus vazios, se o veículo estiver equipado com cintas”.

O que fazer em caso de batidas?

Em tese, o carro fica mais seguro, mas não existem testes que garantam isso. Em caso de colisões, para arrumar o automóvel blindado, o serviço é mais complexo e mais caro. “Se houver necessidade de troca de peças, uma porta por exemplo, ela deverá ser reblindada. Se o vidro for afetado, também deverá ser substituído, e é um item de preço elevado”, informa Rogério. “No caso de itens que não são afetados pela blindagem, como capô e tampa do porta-malas, não há interferência no valor e na complexidade do serviço”.

Conservação da blindagem

Os vidros não devem ser limpos por dentro com derivados de petróleo, pois esse tipo de material pode estragá-los. “Podem ocorrer ainda trincas nos vidros, causadas por três fatores: impacto (de uma pedra, por exemplo), choque térmico (lavar o carro que estava exposto muito tempo ao sol) e torção na carroceria (é preciso ter cuidado com lombadas e valetas)”. Ele alerta que, com o tempo, aparecem bolhas de ar esbranquiçadas nos vidros. “Se isso começar a ocorrer, procure a blindadora para verificar se não houve perda de eficácia”.

Documentos obrigatórios

Para blindar seu carro, é necessário apresentar RG, CPF, comprovante de residência, CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo), certidões negativas criminais da Justiça Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos e Atestado de Antecedentes Criminais.

Se o carro for de empresa, será preciso apresentar CNPJ e Certidão de Antecedentes dos distribuidores da Justiça Federal, Estadual e Militar de cada um dos sócios administradores ou gerentes. Autorizada a blindagem, é feito o cadastramento no sistema de controle do Exército.
A DFPC (Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados), então, repassa os dados cadastrais ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), em Brasília, que faz o registro junto aos órgãos estaduais de trânsito. O proprietário passa a ter uma carteira com a inscrição “Veículo blindado”.

Fonte: Ig

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