Porteiros são treinados pela polícia, para evitar assaltos a prédios

Os bandidos se aproximam. Disfarçado de entregador, um deles tenta entrar no prédio usando um nome comum. A moradora não está, mas o porteiro deixa o falso entregador entrar e é rendido. Poderia ser o começo de um assalto a todo o prédio, mas felizmente é uma simulação, encenada pelos porteiros que participam de um curso criado e administrado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.

O resultado do treinamento dos porteiros é palpável. Nos primeiros quatro meses deste ano, os assaltos à residência na área do 23º Batalhão da Polícia Militar, no Rio de Janeiro, diminuíram 35% em relação ao mesmo período no ano passado.

O porteiro Marcelo Pereira, que fez papel de bandido na simulação, tem apenas um mês de profissão como porteiro. Ele se sente mais seguro depois do que aprendeu. “Depois que a gente conhece mais nossa profissão, a gente tem noção da responsabilidade e de como exercer essa responsabilidade”, diz o porteiro.

O porteiro Roberto Nascimento, que representou o porteiro vítima, tem mais experiência, mas também ficou entusiasmado com as lições do curso. “Eles chegam numa hora em que você está despercebido. Um momentinho que você distrai é hora que ele chega. Tem que estar sempre atento”, ressalta.

As turmas, de 40 alunos, entre porteiros, síndicos e funcionários de condomínios, têm aulas teóricas e práticas. Aprendem desde prevenção de incêndios até truques para manter uma situação perigosa sob controle.

Marco e Manuel fizeram o curso quatro anos atrás. Passaram para os outros funcionários as lições que aprenderam e sublinham a atenção e os cuidados que um porteiro tem de ter sempre.

“Quando chega uma entrega da farmácia ou da padaria, o importante é morador descer e receber. Só que ele não faz isso. A gente liga e ele pede para subir”, conta Marco. “Tem de dar antes o nome e a identidade de todos eles que vão entrar no condomínio. Eles chegam, dizem para onde vão. Temos tudo anotado, é só conferir”, acrescenta Manuel.

Na aula prática, uma amostra do procedimento correto: se o morador não está, nada de permitir a entrada. Marcelo Pereira vai voltar ao trabalho consciente de que a importância do porteiro vai além de apenas abrir as portas. “Nós temos função muito maior: exercer a segurança. Se o bandido entrar, quem abriu a porta foi o porteiro. Tem de passar por nós. Quem entra ou quem sai, passa tudo pelo porteiro”, completa Marcelo.

Fonte: Jornal Floripa

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