Aumenta procura por blindagem de imóveis na RMC

A blindagem de imóveis residenciais e comerciais vem ganhando força na RMC (Região Metropolitana de Campinas) nos últimos dois anos. De acordo com empresas especializadas no setor, o medo e a insegurança fizeram com que as pessoas procurassem por novas formas de proteção além das comumente utilizadas. O preço dos produtos blindados também está mais acessível, o que facilitou a aquisição dos produtos.

Especialistas em segurança ouvidos pelo TodoDia divergem sobre a necessidade de produtos blindados e sobre a falta de segurança (leia textos ao lado).

Assim como na blindadem de automóveis, a de imóveis deve usar materiais que sejam certificados pelo Exército Brasileiro e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). De acordo com a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), para promover debates e estudos sobre o crescimento deste setor, a entidade criou a Câmara de Blindagem Arquitetônica, o que permitiu a regularização de diversas empresas que prestam serviço de blindagem. “Fato é que tanto empresas quanto residências estão abrindo mão da beleza de uma fachada em prol de maior segurança”, afirma Emerson Mendonça dos Santos, presidente desta câmara.

De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, a fiscalização das empresas cadastradas para prestar este tipo de serviço é feito por meio de vistorias periódicas e por ocasião da renovação do Certificado de Registro, expedido pela SFPC (Seção de Fiscalização de Produtos Controlados) a cada dois anos. Não há empresas cadastradas pelo Exército para realizar blindagem na RMC. Na Capital, são 119 habilitadas. Em caso de irregularidades, as empresas são punidas administrativamente.

A empresária de Campinas M.G.L.P., disse que blindou a porta de sua casa, no Jardim Santa Marcelina, depois de algumas residências próximas serem assaltadas. “Com essa sensação de insegurança, procurei achar uma forma melhor de me proteger, porque muitos assaltos foram a mão armada, então nos sentimos um pouco mais seguros”, afirma, ressaltando que pretende blindar outras partes da residência.

Segundo o diretor comercial da Blindaço, Carlos Monte Serrat Barbosa, a empresa, que tem sede em São Paulo, tem vendedores que atuam diretamente na RMC, pois a demanda por blindagem de imóveis é crescente. “Acredito que a procura cresceu nesta Região porque muitas pessoas trabalham aqui na Capital e sentem que a violência tem migrado para o interior e passam a colocar estes materiais blindados ao conhecerem”, afirma. Ele estima que o mercado cresceu 20% na Região em dois anos. Barbosa afirma que os custos para instalação, por estarem mais em conta, também favoreceram a procura. “É uma forma mais segura e eficaz de investimento”, afirma. Outra empresa da Capital que atua na Região, a Emtec Blindagem, confirma a expansão de blindagens de imóveis na RMC. O diretor geral da empresa, Anderson Lisboa, disse que 22% da procura total de serviços da empresa são de moradores da RMC. “Temos só em 2010 mais de cem clientes das cidades desta Região”, disse, com expectativa de superar os índices de 2009 tanto na blindagem de imóveis quanto na de veículos.
Proteção não diminui a criminalidade
Especialistas em sgurança pública ouvidos pelo TodoDia divergem das empresas quanto à necessidade de blindar residências e empresas. O consultor em segurança e ex-secretário nacional Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso, José Vicente da Silva Filho, não vê justificativa para esse tipo de preocupação. “A criminalidade está caindo e não há estatísticas que comprovem que a blindagem contribui para isso, já que na maioria dos casos, os criminosos não entram nas casas arrombando portas e paredes e sim acompanhados das vítimas”, afirma.

Para José Vicente, há diversas ferramentas usadas pelas polícias que auxiliam a mapear o crime, o que não justifica a sensação de insegurança da população.

O coordenador do curso de especialização em Segurança Pública da Puc-Campinas, José Henrique Spécie, considera que o custo para se fazer esta proteção ainda é inviável. “A blindagem oferece sim uma segurança, mas apesar da sensação de insegurança ser grande, grande parte disso se deve a paranoia instaurada na sociedade e as empresas aproveitam isso para convencer de que a blindagem é necessária”, afirma. O especialista considera essencial que as pessoas confiem no trabalho da polícia e não facilitem oportunidades para ação dos bandidos. “Você está seguro só dentro da casa, enquanto está fechada, nada impede que um ladrão aborde na rua antes de entrar na casa, e neste caso a blindagem é em vão, é algo desnecessário para o dia-a-dia”, afirma. | AB

Expectativa é de crescimento ainda maior

Após leve queda entre 2008 e 2009, com 76 blindagens de automóveis a menos, o setor deve voltar a crescer este ano. A estimativa é da Abrablin e das empresas que prestam este serviço na Capital para veículos da RMC (Região Metropolitana de Campinas).

De acordo com o proprietário da Front Blindados Especiais, Deusdete Pereira da Silva, de 15 veículos blindados por mês na empresa, ao menos cinco são da Região. “A blindagem deixou de ser item de luxo e a classe média já busca a blindagem, que se tornou pouco mais acessível e uma necessidade”, considera.

O diretor geral da Emtec Blindagem, Anderson Lisboa, considera que de 2009 a 2010, a grande São Paulo e o interior apresentará crescimento superior a 65%. “A estimativa da empresa é de fechamento anual superior a média nacional, que já foi obtida no primeiro semestre deste ano”, analisa.

Segundo dados da Abrablin, 71% das blindagens de automóveis são de executivos e empresários e destes, 67,5% são do sexo masculino. A faixa etária predominante é de 50 a 59 anos para homens e 40 a 49 anos entre as mulheres. | AB
Especialistas em sgurança pública ouvidos pelo TodoDia divergem das empresas quanto à necessidade de blindar residências e empresas. O consultor em segurança e ex-secretário nacional Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso, José Vicente da Silva Filho, não vê justificativa para esse tipo de preocupação. “A criminalidade está caindo e não há estatísticas que comprovem que a blindagem contribui para isso, já que na maioria dos casos, os criminosos não entram nas casas arrombando portas e paredes e sim acompanhados das vítimas”, afirma.

Para José Vicente, há diversas ferramentas usadas pelas polícias que auxiliam a mapear o crime, o que não justifica a sensação de insegurança da população.

O coordenador do curso de especialização em Segurança Pública da Puc-Campinas, José Henrique Spécie, considera que o custo para se fazer esta proteção ainda é inviável. “A blindagem oferece sim uma segurança, mas apesar da sensação de insegurança ser grande, grande parte disso se deve a paranoia instaurada na sociedade e as empresas aproveitam isso para convencer de que a blindagem é necessária”, afirma. O especialista considera essencial que as pessoas confiem no trabalho da polícia e não facilitem oportunidades para ação dos bandidos. “Você está seguro só dentro da casa, enquanto está fechada, nada impede que um ladrão aborde na rua antes de entrar na casa, e neste caso a blindagem é em vão, é algo desnecessário para o dia-a-dia”, afirma. | AB

Expectativa é de crescimento ainda maior

Após leve queda entre 2008 e 2009, com 76 blindagens de automóveis a menos, o setor deve voltar a crescer este ano. A estimativa é da Abrablin e das empresas que prestam este serviço na Capital para veículos da RMC (Região Metropolitana de Campinas).

De acordo com o proprietário da Front Blindados Especiais, Deusdete Pereira da Silva, de 15 veículos blindados por mês na empresa, ao menos cinco são da Região. “A blindagem deixou de ser item de luxo e a classe média já busca a blindagem, que se tornou pouco mais acessível e uma necessidade”, considera.

O diretor geral da Emtec Blindagem, Anderson Lisboa, considera que de 2009 a 2010, a grande São Paulo e o interior apresentará crescimento superior a 65%. “A estimativa da empresa é de fechamento anual superior a média nacional, que já foi obtida no primeiro semestre deste ano”, analisa.

Segundo dados da Abrablin, 71% das blindagens de automóveis são de executivos e empresários e destes, 67,5% são do sexo masculino. A faixa etária predominante é de 50 a 59 anos para homens e 40 a 49 anos entre as mulheres. | AB

Fonte: JORNAL TODO DIA

ANDERSON BOTAN – REGIÃO

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