Você tem total confiança na blindagem de seu veículo?

Na segunda quinzena de novembro, uma tentativa de assalto em São Paulo só não acabou em tragédia porque a vítima, uma empresária de 36 anos, grávida de sete meses, estava transitando em um carro blindado. A proteção resistiu aos mais de 25 tiros disparados pelos bandidos, permitindo que a mulher fugisse sem qualquer ferimento. Casos como esse são cada vez mais comuns, principalmente nas grandes cidades, e comprovam, dia após dia, a importância desse recurso de segurança. Para reagir com sucesso, porém, como a vítima dessa tentativa de assalto fez, é preciso confiar plenamente no poder de proteção da blindagem executada.
“A garantia de sucesso na fuga, como ocorreu no caso em São Paulo, começa na escolha da empresa que faz o serviço. É o momento mais importante, quando o interessado pela proteção deve avaliar idoneidade e capacidade da empresa em oferecer o que ele realmente busca, sem pensar nos custos como fator fundamental nesse processo seletivo”, afirma Christian Conde, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).
A entidade tem tomado diversas medidas para que as pessoas que desejam blindar seus veículos consigam escolher com maior confiança a blindadora que efetuará a proteção. Criou o Selo Membership, que indica que a empresa está com os documentos em dia junto aos órgãos de fiscalização e regulamentação do setor, e o Selo de Qualidade, em parceria com o Cesvi Brasil, para qualificar as blindadoras. “São certificações que visam dar mais segurança durante a escolha da blindadora. Não qualificam os carros blindados, mas as empresas que executam o serviço”, explica Conde.
Qualidade e custo
Muitas pessoas priorizam o fator custo na hora da compra de um blindado. Mas, o mesmo oscila de acordo com algumas variáveis. “Não há como se fazer comparações com bases diferentes. É preciso analisar se existem diferenças entre os projetos das blindadoras consultadas. Somente depois disso é que se pode avaliar o preço”, afirma o presidente da Abrablin.
Além do nível de resistência e da área a ser blindada (tamanho do carro), existem outras variáveis que devem ser levadas em conta, como o projeto da blindagem e o material utilizado (origem – nacional ou importado; tipo – aço ou aramida; vidro laminado ou resinado; e marca). “Por exemplo, o vidro importado é mais caro que o nacional, apesar de já existirem produtos nacionais com qualidade comparada aos importados. Mesmo entre os nacionais, existem diferenças de qualidade e de preço”, diz Conde.
Para o presidente da Abrablin, pode até ser possível encontrar um veículo do mesmo modelo, do mesmo ano, com o mesmo nível de blindagem e os mesmos materiais utilizados na blindagem por preços diferentes, mas dificilmente haverá diferenças expressivas se os carros forem produzidos pela mesma blindadora e com as mesmas características. “O know-how e reconhecimento dos serviços da empresa no mercado também interferem no preço”, explica.
Cuidados
Antes da decisão de onde blindar seu carro, verifique o tempo de existência da empresa no mercado e se ela está em situação regular.
Exija que a blindadora mostre o seu Certificado de Registro (CR) no Exército. Sem esse documento, a empresa não pode atuar no segmento, uma vez que o carro blindado integra a lista de produtos controlados. Questione se os materiais utilizados na blindagem foram aprovados em testes feitos pelo Exército e se isso pode ser comprovado por uma cópia do Relatório Técnico Experimental (ReTEx), expedido pelo próprio Exército.
Não se contente em conhecer o show room da blindadora. Visite o local onde a blindagem é executada. Procure saber antecipadamente quanto tempo levará o serviço. Algumas empresas disponibilizam fotos da evolução do processo. Isso pode ser a garantia de que seu veículo está realmente recebendo a blindagem oferecida.
Escolha o nível de blindagem de acordo com sua necessidade de segurança. Para isso, é preciso consultar a tabela de resistência balística. Todas as descrições utilizadas pelas empresas devem indicar a resistência aos projéteis, equivalente aos níveis definidos pelo Exército.
Repita o processo com pelo menos duas blindadoras e não se deixe levar por fatores subjetivos. Somente depois de checar esses procedimentos, analise o preço e o período de garantia oferecido.
Ao receber o carro, verifique o Termo de Responsabilidade e certifique-se de que todos os materiais utilizados na montagem – vidro balístico, mantas de aramida e aço – têm o nível de segurança pelo qual você optou. O descritivo de cada um dos materiais deverá estar especificado no Termo, documento sem o qual o Exército não permite o registro do veículo blindado. Esta é a garantia do seu veículo, o termo legal com o qual a blindadora se responsabiliza pelo serviço.
Áreas a serem blindadas
Outro ponto fundamental para que a blindagem dê a garantia de segurança desejada diz respeito à observação das áreas a serem blindadas.
Na tentativa de assalto ocorrida em São Paulo, os 25 tiros atingiram não somente os vidros, mas toda a lataria do carro. Portas e colunas receberam disparos e, se as regiões não estivessem devidamente protegidas, a fuga da vítima seria comprometida. O fato revela necessidade de atenção máxima a este quesito.
Há blindadoras que, para não perder o cliente, oferecem a blindagem parcial, ou seja, apenas da parte transparente (vidros) do veículo. Essa prática é proibida pelo Exército. “A proteção parcial dá falsa sensação de segurança ao usuário do veículo. Ele se sente confiante para reagir e, na fuga, pode acabar sendo atingido”, diz Conde.
Por isso, a Abrablin somente aceita como associadas empresas que atendem aos parâmetros de blindagem para toda a cabine do veículo. Os Requisitos de Conformidade da Associação estipulam as partes que devem ser obrigatoriamente blindadas (vidros, teto, colunas, atrás do banco traseiro –porta-pacotes–, caixa de rodas, portas, maçanetas, atrás do espelho retrovisor). São requisitos a serem cumpridos por todas as blindadoras e respeitados, inclusive, pelos associados da Câmara de Comércio da Abrablin (revendedoras e locadoras de automóveis blindados), sejam os veículos novos ou usados.

Fonte: Portal da Blindagem

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