Expansão do mercado de blindagem automotiva faz crescer irregularidades no setor

Antes utilizada por poucos, a cada ano a blindagem automotiva vem sendo mais usada por cidadãos que temem a crescente violência urbana nos quatro cantos do país. De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), no país estima-se uma frota de cerca de 100 mil veículos blindados. Inevitavelmente, com maior demanda surge maior oferta e cada vez mais empresas se arriscam na produção e comercialização desse tipo de serviço, que é controlado e fiscalizado pelo Exército Brasileiro.

“As empresas que produzem, comercializam ou realizam qualquer outra transação comercial com este tipo de produto precisam possuir o Certificado de Registro (CR) junto ao Exército. Sem esse documento, essas empresas funcionam irregularmente”, alerta Christian Conde, presidente da Abrablin. A exigência vale, inclusive, para locadoras de veículos que tenham em sua frota carros blindados e também para as concessionárias que os comercializam. “As redes concessionárias tem usado o blindado a pronta entrega até como diferencial para concretizar negócios, mas muitas desconhecem que, sem as devidas documentações, estão cometendo grave irregularidade”, afirma Conde.

O presidente da entidade explica os perigos que o consumidor desse tipo de serviço corre ao também não buscar informações quanto às documentações da empresa que fornecerá o blindado. “Para quem busca esse tipo de proteção, o fator segurança deve ser primordial, mais determinante que o fator comodidade, item proporcionado no caso da venda através das concessionárias. Nesse sentido, exigências como o CR são essenciais, já que ajudam a mostrar que aquela empresa que está comercializando o blindado tem a autorização e o conhecimento para prestar tal serviço”, diz o presidente da Abrablin.

A entidade se coloca à disposição tanto para interessados que buscam orientação para blindar seus veículos, quanto para empresas que desejam buscar regularização para atuarem no segmento de blindagem. “O resultado de tal empenho é positivo para todos: para o consumidor, que se sente efetivamente mais seguro, e para as empresas, que podem atuar tranquilas de que estão cumprindo com toda a legislação que rege o setor”, afirma Conde.

Outras documentações

Além do CR, obrigatório para todas as empresas que atuam com blindados, outros documentos são exigidos para quem produz a blindagem. Mesmo sendo registrada, a blindadora precisa de uma autorização específica para cada veículo que for blindar. O requerimento deve ser feito em formulário próprio e enviado à Região Militar (RM) onde a blindadora está registrada. Esse procedimento pretende evitar que carros blindados sejam utilizados por pessoas não idôneas.

Caso a Região Militar autorize a blindagem, ela deve informar ao órgão de trânsito estadual (procedimento feito através da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados ao Denatran) que o veículo foi blindado. E, a não ser que se consiga uma autorização provisória, este só poderá ser retirado da blindadora após ter sido registrado no respectivo Departamento de Trânsito.

Ao entregar o veículo blindado ao cliente, a blindadora bem como a concessionária são obrigadas a entregar, também, um Termo de Responsabilidade. Todos os materiais utilizados na blindagem e seus respectivos números de ReTEx (Relatório Técnico Experimental – documento que comprova que o material da blindagem foi devidamente testado e aprovado pelo Exército) devem estar discriminados neste documento. Esse termo é a garantia do cliente de que a blindadora utilizou realmente os materiais que fazem com que o carro tenha o nível de resistência balística contratado.

Blindagem em números

A pesquisa com dados concretizados do setor de blindagem automotiva em 2010 ainda não foi finalizada, mas de acordo com a Abrablin, no primeiro semestre do ano passado foram blindados 3.432 veículos, crescimento de 9,05% comparado ao primeiro semestre de 2009. O valor médio da blindagem nos seis primeiros meses de 2010 foi de R$ 48.750. O Corolla, da Toyota, foi o carro mais blindado – o que acontece desde 2004. O segundo foi a Captiva, modelo da General Motors. O Vera Cruz, da Hyundai, e a Freelander, da Landrover, ocupam o terceiro e quarto lugares, respectivamente. Fecha o ranking dos veículos mais blindados o utilitário Santa Fé, também da Hyundai. A blindagem mais praticada no mercado é a de nível IIIA, considerada a mais segura, já que suporta até tiros de pistolas 9 mm e de revólveres .44 Magnum, uma das mais potentes armas de mão.

Fonte:  Segs

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