Entrevista com o diretor do Latin NCAP

O belga Jean-Marie Mortier, diretor do Departamento Técnico da Euroconsumers, em seu país, é o responsável pelo Latin NCAP, programa de avaliação de carros novos apresentado semana passada na capital.

Derivado do Euro NCAP, o sistema passa a aferir a segurança dos carros feitos e vendidos na região após batê-los contra uma barreira, atribuindo estrelas de acordo com o resultado. Quanto mais seguro o veículo, maior será o número de estrelas. Nesta entrevista, Mortier fala sobre a necessidade de evolução da segurança veicular.

O senhor sugeriu que as fabricantes nacionais mantêm duas linhas: uma para o mercado local, outra para exportação.
A questão é que não podemos ter carros inseguros para o consumidor brasileiro e outros seguros para os compradores dos demais países.

Aumento da segurança só funciona com lei?
São duas vias: a primeira é uma legislação que exija requisitos mínimos. Órgãos como o Latin NCAP são a segunda frente, para demonstrar que os carros têm esses requisitos legais mínimo, mas em alguns deles a segurança é maior.

Algumas fábricas reclamaram da lei que obriga os carros nacionais a ter ABS e air bags a partir de 2014. Elas defendem que o governo deveria estabelecer os critérios de segurança e deixar às marcas a decisão de como atingi-las.
Sim, essa é uma opinião importante. Porque o fato de o carro ter os equipamentos não significa que ele seja seguro. É necessário submetê-lo a testes.

Será criada uma sexta estrela na Europa, dada a quantidade de modelos com cinco?
Na verdade, estamos reavaliando os critérios para quatro e cinco estrelas. Tornaremos os testes mais rígidos.
Segundo fabricantes nacionais, seus critérios são mais severos do que os da lei.

Na Europa essas mesmas marcas concordam e participam dos testes com esses critérios, que são mesmo mais rígidos. De onde vem o dinheiro para comprar os carros?
Dos nossos parceiros. Parte é cedida pelas montadoras.

Quantas estrelas posso considerar o mínimo para dar segurança à minha família?
Três são um número razoável.

Por que um Geely (CK1), que não é vendido no Brasil, participou desse primeiro teste?
Ele está à venda em outros países da América Latina. Mas a próxima edição poderá trazer um vendido aqui.

O chinês foi o pior do teste.
Nunca um carro havia “zerado”. Ele tem problemas graves e precisa melhorar muito.

Fonte: Jornal da Tarde

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