Carro blindado: manutenção preventiva garante proteção eficiente

Ter um veículo blindado significa poder trafegar com mais segurança pelas ruas, reduzindo o estresse provocado pelo constante medo de assaltos e outros tipos de violência. Para ter garantida, porém, total proteção da blindagem, é necessário que seus usuários cultivem alguns cuidados especiais.
O tipo de relevo onde o carro trafegará e as condições climáticas às quais o veículo será exposto são alguns dos pontos que devem ser analisados pelo usuário do blindado. Tais fatores influenciam diretamente na manutenção da qualidade da proteção balística.
Carros submetidos a trajetos em terrenos instáveis ou muito esburacados podem sofrer torções na carroceria e, por consequência, trincas nos vidros se não forem conduzidos com extremo cuidado. Essas trincas também podem surgir em consequência de impactos, como o de cascalhos ou pedregulhos que se soltam do asfalto irregular, ou ser desencadeadas por choques térmicos, resultado de variações bruscas de temperatura. Levar um blindado que ficou por muito tempo exposto ao sol a um lava-rápido, por exemplo, pode provocar tais trincas. E dependendo do tamanho delas a blindagem pode ser afetada.
Já a exposição exagerada ao calor pode provocar outro problema nos vidros do carro blindado, comprometendo a qualidade de sua proteção: a delaminação. Ela é facilmente notada pelas bolhas de ar esbranquiçadas que surgem na parte transparente da blindagem. As bolhas podem ocorrer não somente quando o carro é submetido a intenso calor, como também a ambientes com extrema umidade. Por isso, cabe ao usuário do blindado muita atenção na hora de escolher onde estacionar seu veículo. O tempo de permanência do carro, dependendo do local estacionado, também deve ser calculado pelo proprietário, minimizando riscos.
Outras medidas preventivas devem ser tomadas para que o carro blindado tenha a sua proteção máxima garantida:
– Ao fechar as portas do carro, evite deixar o vidro aberto. A batida das portas pode afetar os componentes da blindagem.
– Não use qualquer produto químico ou abrasivo para a limpeza interna dos vidros. Use pano macio umedecido com água.
– Pode ser óbvio, mas muitos usuários esquecem que estão em um carro blindado e circulam com os vidros abertos. É evidente que, com tal procedimento, o veículo deixa de oferecer segurança. As blindadoras costumam restringir a possibilidade de abertura parcial dos vidros traseiros, mas liberam o manuseio dos dianteiros em situações como pedágios ou cancelas de shoppings, por exemplo. Excluídas essas exceções, é fundamental que o vidro permaneça sempre fechado.
– Justamente para evitar a abertura do vidro, certifique-se do pleno funcionamento do ar condicionado. Procure uma oficina capacitada para realizar periodicamente a higienização e, se preciso, a troca do filtro.
– Faça revisões periódicas e detalhadas do blindado. Para tal serviço, procure a empresa responsável pela blindagem ou alguma oficina especializada, devidamente registrada no Exército. Por conta do peso acrescido com a proteção, peças como amortecedores, freios e suspensão sofrem maior desgaste, exigindo possíveis reparos.
– Não deixe de calibrar os pneus com frequência. Esse cuidado evita que o veículo sofra redução de seu desempenho, mesmo com o peso da proteção acrescido.
– Dirija com segurança e extrema atenção, obedecendo a um espaço mínimo entre o seu carro e o veículo da frente. Em caso de uma abordagem, esse espaço auxiliará na fuga da zona de perigo.
Venda de blindado
Muitos proprietários de veículos blindados não sabem que a venda e a transferência de um veículo com este tipo de proteção tem um trâmite diferenciado. “As transferências de propriedade devem ser precedidas de autorização prévia e específica da Secretaria de Segurança Pública do Estado onde o novo proprietário reside, conforme o artigo 6º da Portaria 013 do Departamento Logístico (D Log) do Exército, editada em 19 de agosto de 2002, que regulamenta o setor de blindagem”, explica o presidente da ABRABLIN.
“Normalmente, não há má-fé. Por puro desconhecimento do processo legal, os usuários não atentam para essa determinação e vendem seus carros como se fossem comuns”, afirma Conde. Quem vende um veículo blindado deve passá-lo ao novo proprietário somente após a obtenção de tal autorização.
No caso de o carro ter pertencido a um único proprietário, junto com os demais documentos o comprador deve exigir que o vendedor apresente o Certificado de Registro de Blindagem de Veículo. Esse documento comprova que o veículo foi blindado com autorização do Exército Brasileiro e que está perfeitamente regularizado junto a esse órgão de fiscalização.
Por outro lado, é muito importante que o antigo proprietário, após efetuar a venda de seu veículo, dê baixa em sua documentação junto à Secretaria de Segurança de seu estado. “Muitas vezes esse trâmite também é esquecido, perigosamente. Isso porque, perante os órgãos de controle e fiscalização, a responsabilidade pelo veículo continuará sendo do antigo dono, mesmo após a revenda”, alerta Conde.
Outro erro é não entregar o Termo de Responsabilidade da blindadora que produziu o veículo ao novo proprietário. “Quem compra um blindado deve exigir esse documento, pois, mesmo após ter vencido o período de garantia dos produtos utilizados, a blindadora continua sendo responsável pelo serviço realizado. Como os produtos comuns, os blindados também podem apresentar problemas de fabricação. As revendedoras associadas à ABRABLIN não aceitam revender veículos que não estiverem acompanhados do Termo de Responsabilidade das blindadoras. Do contrário, a quem recorrer caso haja algum problema?”, questiona Conde. O carro que não possui esse documento perde valor.
Aluguel de blindado
Outro serviço existente no universo da blindagem automotiva e bastante procurado nas grandes capitais brasileiras é a locação de veículo blindado. Para recorrer a esse tipo de proteção, porém, é preciso que se obedeça a algumas normas presentes na regulamentação.
A locação de blindados é autorizada somente por empresas registradas no Exército e para locatários previamente autorizados pela Secretaria de Segurança Pública onde está sediada a empresa locatária, podendo ser liberada por prazo determinado pelos órgãos responsáveis. “A regulamentação também exige que as empresas locadoras mantenham arquivados todos os documentos da pessoa física ou jurídica que solicitou a locação, devendo, quando solicitadas, prestar as informações aos mesmos órgãos da fiscalização”, explica o presidente da ABRABLIN.
Esse tipo de serviço, já muito utilizado entre executivos em trânsito entre cidades, tem a procura elevada em anos eleitorais, quando candidatos à presidência, governos estaduais, ao Senado, Câmara Federal ou Assembléias Legislativas costumam procurá-lo. Outros grandes eventos, como a Copa do Mundo, a ser realizada em 2014 no país, e os Jogos Olímpicos, em 2016, devem impulsionar ainda mais esse setor. E para atrair esses clientes, além de alugar o carro blindado, algumas empresas oferecem como diferencial o serviço com motorista com curso de direção defensiva, capaz de atuar nas mais complicadas situações.

Fonte: Portal da Blindagem

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